O jornalista Marco Aurélio Gomes, da Central de Notícias Regionais, está na China, cobrindo missão empresarial da Federação das Indústrias de SC. Pelo Msn, conta que está impressionado com o que está vendo. No site da Central, tem que se cadastrar, é possível acompanhar as matérias do Marcão.
Marco - “Fala véio, não tenho dado atenção para teus recados, tô correndo aki, meu.”
Evandro - “Estás emplacando matéria por aqui às pencas meu camarada...”
Marco - “Que bom”
Evandro - “Queres uma sugestão de pauta? O ex-presidente do Sinduscon, quando esteve na última viagem à China pela Fiesc, visitou uma indústria de caminhões - fora do roteiro oficial da comitiva e ficou impressionado com a linha de montagem dos sujeitos. Era tudo no braço, sem projeto. Vem um cara e coloca a porta, outro coloca as rodas. Ele nem acreditava que saia um caminhão no final. Imagina o padrão de qualidade... Não deve sair um caminhão igual ao outro no final da linha de montagem.”
Marco - “É assim mesmo, tudo na China é assim, mas sai. Cara, o ritmo de construção é frenético, é assim mesmo. Tem chinês em abundância, ganhando pouco e trabalhando muito. Cara. O Brasil não é nada perto da China.”
Evandro – “Como assim?”
Marco – “É outro mundo...”
Evandro – “Cultural ou economicamente falando?”
Marco – “Nos poucos dias em que estou aqui, estou aprendendo a pensar grande, heheheheh. O brasileiro precisa ser mais pragmático. Vou te dar um exemplo. Fui visitar hoje uma zona de desenvolvimento. O investimento é de 800 milhões de dólares. 91% da iniciativa privada. É uma espécie de ZPE, só tem 20% de empresas instaladas mas a infraestrutura tá toda pronta. Pontes, ruas, metrô, tem até hotel cinco estrelas. As ruas estão desertas, esperando o futuro..Porque eles fazem planejando o futuro para os próximos 20 anos. É impressionante o ritmo dos caras aki. É claro que eles pagam um preço social alto com certeza. O sujeito ganha 70 dólares por mês para trabalhar 14 horas por dia. O sol você não vê. É uma puta poluição com névoa. A China é uma terra de contrastes...”
Evandro – “E os preços, como são? Com 70 dólares ele consegue viver, ou tem um bolsão família por aí também?”
Marco – “Nada. No porto que a gente foi visitar, os caras moram em prédios novos, eles só vão para a casa na folga. Ganham comida e casa e uma merda de uma grana. Meu,, mão de obra é que não falta aki. Tem chinês sobrando para tudo que é lado. Tem uma pobreza do c também. Nos acessos ao metrô é gente pedindo esmola, gente deformada, doente. Tem sempre gente para ganhar um troco que pede para levar suas sacolas. Essa é a China.”
Evandro – “E os preços no dia-a-dia?”
Marco – “A comida é barata mas tem de tudo, cara, shoppings imensos não esses shopinzinho que a gente conhece no Brasil. Infelizmente não vou a Pequim, mas conheci Hong Kong e Johanesburgo, na África do Sul. Em Hong Kong, que tem o metro quadrado mais caro do mundo, o crescimento é na vertical.... tem coisas caindo aos pedaços ao lado de coisas super modernas. É impressionante. Fizemos escala lá na África do Sul e passamos o dia. Visitei Soweto, miséria, miséria e miséria. É terrível a pobreza de Soweto. Visitei a casa do Mandela. Esse ano completou trinta anos da primeira grande revolta dos negros, tem muito material em vídeo...sobre as manifestações, a luta contra os afrikaners.
quinta-feira, 19 de outubro de 2006
Mandarim
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Um comentário:
Olá meu caro Evandro
Tudo bem? sou o Tom, fiz uma entrevista contigo há um tempo atráz lembra? Tava passeando pelos blogs dos jornalistas catarinenses e vi o seu. Axei Bem interessante. Aproveitando este e-mail queria dizer que no momento estou desenvolvendo uma matéria sobre novos rumos do jornalismo para um trabalho semestral, e um dos temas que ierei abordar é o jornalismo corporativo. gostaria que vc me respondesse algumas perguntas através de E-mail? seria possivel?
Há mais uma coisa, sou o vice-presidente do centro acadêmico de jornalismo Aldirio Simões e este é nosso e-mail ca.aldiriosimões@yahoo.com.br logo o blog estará no web tbm.
Um forte abraço Tom
um forte abraço Tom
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