sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Filme repetido, abram o olho

Como afirmou a pesquisadora e jornalista Cremilda Medina em sua recente participação na 7ª Semana do Jornalismo na UFSC, a realidade é cíclica, e eu complemento: o mundo gira e os filmes acabam reprisados, apenas com atores diferentes... Lembro que pouco antes de entrar na faculdade de jornalismo, no início da década de 80, friso aqui - do século passado -, havia uma discussão ferrenha em torno da regulamentação da profissão, estando a obrigatoriedade do diploma na berlinda. Pois no dia 23 de julho passado, o ministro do trabalho assinou uma portaria e criou uma comissão, ou grupo de estudos, para rediscutir os regulamentos do exercício profissional. Na próxima segunda-feira (29) acontece em Porto Alegre a segunda audiência pública para discutir o assunto polêmico.

Clique aqui e leia a divulgação da reunião de Porto Alegre. Ou sou muito obtuso e não entendi o texto do comunicado oficial do Ministério. Sobre o Grupo de Estudos, o texto da assessoria de comunicação do ministro Lupi diz o seguinte, abre aspas: "..criado com objetivo de propor alterações na legislação em vigor a fim de viabilizar a regulamentação da profissão".

Ué...Que eu saiba, a profissão de jornalista é regulamentada há muito tempo. Interpreto esta frase como eufemismo que esconde uma senha para "abrir a porteira", adotando em breve uma postura permissiva que aviltará ainda mais o mercado de trabalho, jogando uma pá de cal nas já combalidas qualidade e ética do jornalismo praticado no Brasil.

O status de "profissional liberal" faz do jornalista um sujeito sem privilégios fiscais na hora de abrir uma empresa. Não tem o direito de ser enquadrado no Simples e ao aventurar-se como empreendedor corre o sério risco de se afundar em dívidas, sem condições de gerar empregos e com um horizonte estreito pela frente.

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Jornalista, com atuação na área de comunicação corporativa

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