sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Até logo Carle

Leio a triste notícia da morte de meu ex-colega de redação no Diário Catarinense na década de 80, Ricardo Carle, com o qual tive o prazer de conviver aqui em Floripa. Nos afastamos assim que ele deixou SC para voltar ao RS. A vida nos prega peças e soube depois que ele sofrera um acidente na Capital gaúcha. Talentoso, a tranqüilidade era uma das marcas deste camarada que se vai precocemente. Reproduzo aqui o obituário publicado hoje pela Zero para o Ricardo, um cara do bem, com certeza. Só faço um reparo, Carle também trabalhou durante um tempo no mais antigo, o jornal O Estado.





"O jornalista Ricardo Carle, que por quase 10 anos trabalhou em Zero Hora e ajudou a criar o Diário Catarinense e o Diário Gaúcho, morreu na tarde de quarta-feira (29/11), aos 44 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória.
Em Zero Hora, Carle foi repórter do Segundo Caderno e da editoria de Mundo e editor do caderno Cultura. Depois, tornou-se editor de Esportes do Diário Gaúcho, cargo que ocupou por pouco mais de um mês, até sofrer um atropelamento na Capital, em 5 de junho de 2000. Carle teve traumatismo craniano e perdeu parcialmente os movimentos e a fala.
Por seu jeito noctívago e solitário, ficou conhecido por Coiote na faculdade – levou 20 anos para se formar na PUCRS.
– Era um intelectual de espírito ousado, um autodidata em eterna formação – define o gerente de jornalismo da Rádio Gaúcha, Cyro Martins Filho. Devorador de livros, era capaz de falar sobre qualquer assunto com propriedade e contagiava os colegas com suas leituras. Conhecia a obra perfeita para cada amigo e, se a possuísse, oferecia de presente. Falava que um dia escreveria o livro Como Ser Feliz Sem Precisar de Livros de Auto-ajuda, para acabar com o gênero literário de que não gostava.
Nos bares que freqüentava, até guardanapos se tornavam recipientes dos poemas inventados.– Sabia cativar as pessoas por uma mistura rara de simplicidade e erudição. Era um bonfiniano como eu, parceiro de muitas noites – lembra o cantor Nei Lisboa.Natural de Três Passos, Carle era filho de Therezinha (falecida) e de Victor Hugo Carle. Foi enterrado ontem, em Joinville (SC)."

Foto: Banco de Dados/ZH

Um comentário:

Fifo Lima disse...

Evandro, só agora vi o post no teu blog. Durante um longo período, fui próximo ao Carle aqui em Florianópolis. Do Carle e da ex-mulher dele, um doce de pessoa. Tinha uma admiração profunda e afeto pelo Carle. Depois de muito tempo sem vê-lo, acho que nos anos 90, li um texto dele no Segundo Caderno da Zero. Já não não lembro qual assunto tratava, mas era um texto agradabilísimo de ler e com propriedade. Fiquei feliz porque tinha certeza que ele estava bem, numa redação de jornal, que era o chão de fábrica dele. Depois de algum tempo, veio a notícia do acidente. Cheguei a mandar uma mensagem por e-mail para uma garota que seria então namorada do Carle, mas não obtive notícia. Até que veio a informação da morte. É uma pena. Se houver uma outra vida, quero encontrar o Carle para uma cerveja.

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Jornalista, com atuação na área de comunicação corporativa

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