Tenho andado espantado. Ao acompanhar os noticiários por aí, não acredito no que vejo. Acho que leio pouco mesmo, e talvez perca as vozes mais arrazoadas disponíveis. Um dos exemplos recentes é a história da conta-salário, que há uns 15 dias vem sendo pauta dos jornais. O Governo Federal teria decidido que a partir de agora todo trabalhador tem direito à conta corrente em banco para recebimento dos salários, sem obrigação de pagar tarifa. A "novidade" é que o sujeito pode transferir seu suado dinheirinho para outro banco sem pagar a maledeta CPMF e as taxas bancárias. Claro que é de interesse do governante de plantão - principalmente se candidato a reeleição!!! - assumir a paternidade e cacarejar seus feitos.
No entanto, o assunto é velho! Há uma resolução do Banco Central de 2001, em pleno segundo reinado de FHC, assinada pelo tucano Armínio Fraga, que prevê o benefício aos empregados sem-conta deste País. Acontece que os bancos e as empresas se fazem de salame e ficam na moita, incluindo o pagamento do salário do pessoal nos fatores de negociação de vantagens/facilidades entre o banco (prestador dos serviços) e a empresa (tomadora do serviço).
Que se exploda o desinformado do empregado, que arca com as taxas, taxinhas e taxões impostas pelos bancos. E a situação ainda é mais vexatória quando envolve uma leva de empregados sem escolaridade e pior, com baixos salários e que, conseqüentemente, sofre um efeito mais danoso em sua minguada renda com o dreno das tarifas bancárias.
O mérito não é tucano nem lulista pela medida, mais do que justa. O problema é a falta de memória da nossa imprensa, que acaba embarcando nesse jogo.
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