A Polícia Militar catarinense protagonizou o segundo episódio de agressão em menos de uma semana. Desta vez a vítima foi o professor do curso de Jornalismo da Ufsc, Nilson Lage (foto ao lado), em circustâncias que precisam passar por rigorosa e isenta apuração de responsabilidades para a punição exemplar dos envolvidos. Caso isso não seja feito, a imagem da corporação vai continuar na lama por conta de maus policiais, certamente uma minoria, que deve ser repudiada com veemência pelos honrados colegas de farda. Várias entidades lançaram hoje uma nota de protesto para condenar o episódio envolvendo o professor. Na semana passada foi a prisão do fotojornalista Cláudio Silva, do DC, quando cobria evento de protesto no centro de Florianópolis. Aliás, de vítima ele passou a vilão. Acabou execrado publicamente e demitido após as circustâncias lamentáveis e nebulosas ocorridas, pasmem, no Dia do Repórter. Sarará — como é chamado o premiado e experiente ex-fotógrafo do DC — deu uma entrevista ao Centro de Mídia Independente, que vale a pena ouvir. Quanto à briosa PM, patina para sair da enrascada em que alguns policiais a envolveram. O segundo episódio agravou a crise desencadeada pela prisão do Sarará, e o assunto exige soluções no campo da comunicação estratégica. A repercussão dos fatos ainda é restrita, mas pode ganhar contornos muito mais amplos. Por falar nisso, lembro do tempo em que a PM contava em seus quadros com jornalistas competentes e experientes como a Doroti Port. Hoje por exemplo, o site da corporação, bonito por sinal, nada trazia em relação a qualquer dos incidentes. A área de Relações Públicas da PM normalmente conta com simpáticos oficiais fardados. Isso não basta. Não quero cometer injustiças, pois desconheço a existência de profissionais do jornalismo atuando hoje por lá, mas em matéria de comunicação é preciso avançar, e muito, com agilidade e transparência. Para lidar com episódios deste tipo, nada melhor do que infiltrar (no bom sentido, obviamente) jornalistas na área de comunicação da PM. Certamente isso ajudaria, e muito, a criar pontes entre os profissionais de imprensa e os membros da corporação. De quebra, reforçaria a imagem positiva que os policiais honrados construíram ao longo da centenária história da PM catarinense. Afinal de contas, o slogan da instituição precisa ser preservado: "Polícia Militar - 170 anos pela Paz e Segurança".
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006
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